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Compras no Extremo Oriente

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Com lojas de grife, Cingapura, Hong Kong e Macau promovem turismo de compras

Como se não bastasse a quantidade, os preços podem ser muito mais acessíveis nas regiões administrativas especiais da China -Macau e Hong Kong. Nelas, o comércio é livre de impostos sobre compras.
Cingapura, por sua vez, é um país, com mais autonomia, portanto, do que Hong Kong e Macau.
Lá o atendimento costuma ser ótimo. A população local é educada, além de falar inglês - o idioma é um dos quatro oficiais do país.
Em média, as lojas nesses lugares têm, pelo menos, o dobro do tamanho das do Brasil. Há shoppings, inclusive, com mais de uma unidade da mesma marca.
É também nesses gigantescos centros de compra que costumam ficar localizados restaurantes que oferecem de comida asiática a mediterrânea. Muitos têm vista para os arranha-céus iluminados.
A infraestrutura facilita o deslocamento interno e a ligação com os vizinhos. Hong Kong tem um metrô que conecta todos os seus bairros. Já Cingapura possui o recém-eleito melhor aeroporto do mundo. E Macau se alcança rapidamente por balsas.
As três cidades são bons destinos para compras - buscados pelos chineses e ainda pouco explorados pelos brasileiros.

Sem taxa, Hong Kong estimula o consumo
Nova York pode ter produtos com preços atraentes, e Paris, centenas de lojas de grifes espalhadas por suas ruas. Hong Kong une as duas características.
A cidade tem, por exemplo, dez unidades da Chanel e dez da Gucci. Da Ermenegildo Zegna, são nove -em Paris e em Nova York, são sete e três, respectivamente.
Entre várias outras marcas, há oito lojas Prada e oito Bottega Veneta, sete Dior e três Panerai. Também estão ali dezenas de grifes que ainda não chegaram ao Brasil por meio de lojas exclusivas, como Céline e Saint Laurent.
Tudo isso em um território de 1.104 quilômetros quadrados (um pouco menor que a cidade do Rio de Janeiro).
Longe do sistema comunista de Pequim, a região administrativa especial da China -que foi colônia inglesa por mais de 150 anos- tem seu comércio livre de impostos, o que a torna um paraíso do consumo, principalmente para aqueles interessados em compras de artigos de luxo e produtos eletrônicos.
O centro financeiro e comercial da cidade (localizado na ilha de Hong Kong, na região entre Central e Causeway Bay) e o distrito de Kowloon (no lado continental) reúnem os principais shopping centers, que, por sua vez, concentram as grandes grifes internacionais.
Kowloon se assemelha a Niterói: está diante da ilha de Hong Kong e garante uma das vistas mais bonitas da cidade. De seu píer, é possível observar os gigantes transatlânticos que cruzam o Victoria Harbour e os arranha-céus iluminados do outro lado do mar.
Aliás, se Kowloon lembra Niterói, Hong Kong, com seus morros e baías, guarda semelhanças com o Rio.
A atmosfera agitada e a pressa das pessoas, no entanto, remetem a São Paulo.

Jóias e Relógios
Em Kowloon, fica a Canton Road, uma rua margeada por shoppings. Um deles é o 1881 Heritage, localizado em um antigo prédio da marinha. De arquitetura vitoriana, ele é ocupado hoje, principalmente, por lojas de joias e relógios, como Rolex, Cartier, Mont Blanc e Piaget.
As marcas chinesas Vivienne Tam e Shanghai Tang também estão nesse edifício e oferecem peças com perfil um pouco mais local (principalmente, a segunda).
Também com cara de China, os brincos, os colares e as pulseiras de jade são vendidos nas joalherias da região. A pedra é símbolo de prosperidade para os chineses.
Atravessando a Canton Road, fica o maior shopping da cidade, o Harbour City. Não há grife de luxo que não possa ser encontrada nele, mas, ali, elas dividem espaço com algumas marcas mais populares, Zara e Accessorize, por exemplo.
O melhor é que não há deslumbre nem ostentação entre vendedores e compradores.
Ainda no shopping, o House of Jasmine é um restaurante cantonês. De suas mesas ao ar livre, pode-se ver o show de luzes que acontece todas as noites nos prédios da ilha de Hong Kong.
No cardápio da casa, destaca-se o "dim sum": bolinhos feitos no vapor com recheios variados -camarão, porco ou legumes.
Se a ideia for tomar um chá, dê uma parada na Fook Ming Tong Tea Shop. Ou, se quiser ficar no chocolate europeu, há uma loja Godiva no shopping.

Mesa nas Alturas
Na parte insular, há, pelo menos, mais três centros de compras de luxo: Landmark, Pacific Place e IFC Mall.
O Pacific Place reúne, além das lojas, três hotéis cinco estrelas e 40 restaurantes. Um deles, Café Gray Deluxe, serve comida europeia com leve tempero asiático no 49º andar de um dos prédios.
Os pratos são uma boa pedida, mas a vista é o que mais vale a pena ali. Até os banheiros do restaurante têm janelões que permitem ver a cidade do alto e tirar fotos do edifício do Bank of China.
Aliás, em Hong Kong, os restaurantes estão entre as principais atrações, e gran-de parte deles têm vista deslumbrante, pois costumam ficar em edifícios -a cidade não tem mais espaço pa-ra crescer, o que torna os terrenos caríssimos. Os arranha-céus são a única solução.

Em rua de Cingapura, shoppings recriam a Quinta Avenida
Uma espécie de Quinta Avenida corta parte de Cingapura. No lugar das lojas com portas e vitrines na rua, porém, a irmã oriental da famosa rua americana tem shopping centers gigantes. Cada um deles, como o The Paragon e a Mandarin Gallery, abarca praticamente uma Quinta Avenida inteira em seu interior.
Todas as grifes que se distribuem pela rua de Nova York se repetem em menos de dois quilômetros, dentro de cada um dos cerca de 15 centros de compras de luxo da Orchard Road -há outros 20 que comercializam marcas mais populares.
O único inconveniente da Orchard é que são poucos os pontos onde é possível atravessá-la. Quase sempre é preciso cruzá-la por uma passagem subterrânea.
A Orchard Road acaba no parque Istana, aberto 24 horas. No último domingo de cada mês, o visitante pode ver a troca de guarda em frente à casa do presidente.
Um pouco mais longe dali, há um outro shopping que também reúne todos os nomes dos grandes estilistas internacionais.
Ele faz parte do complexo do hotel Marina Bay Sands, inaugurado em 2012 e que se tornou rapidamente o principal cartão-postal do país, com suas três torres que carregam uma espécie de navio no topo. É ali que está instalada uma das mais incríveis piscinas de borda infinita do mundo.
Tanto no Marina Bay como na Orchard Road, o serviço nas lojas é impecável. Os cingapurianos costumam ser extremamente educados e amigáveis. Além disso, quase todos falam inglês.
A cidade-Estado ao sul da Malásia tem quatro idiomas oficiais: malaio, mandarim, tâmil e inglês, e só uma pequena parte da população mais velha não fala inglês fluentemente.
O sotaque pode ser de difícil compreensão algumas vezes, mas nada que atrapalhe o tratamento impecável que se recebe dos vendedores.
Já os taxistas não são tão cordiais. Normalmente, eles se negam a fazer a corrida quando não conhecem o destino. E poucos têm GPS.

O Custo da Gentileza
A cordialidade tem seu preço: os produtos no país são um pouco mais caros que em Hong Kong.
Podem, no entanto, ficar mais baratos se você pedir tax free - a taxa que pode ser devolvida aos turistas é de 7%.

Em Macau, cassinos impulsionam o comércio de luxo
"Se você ganhar num cassino, precisa ir às compras por dois motivos: para comemorar e porque dinheiro de jogo é amaldiçoado; melhor não guardá-lo. Se perder, também deve gastar: seu dinheiro está trazendo azar." É o que se diz em Macau.
Difícil não deixar a ex-colônia portuguesa com os bolsos mais vazios e muitas sacolas nas mãos.
Famoso por ser o maior centro de cassinos do mundo (o volume de dinheiro apostado na cidade supera o de Las Vegas desde 2006), Macau não é um destino de compras tradicional, mas os jogos têm impulsionado o comércio de luxo.
As vitrines da DFS Galleria, por exemplo, ficam viradas para as roletas do cassino Venetian (o mesmo de Las Vegas). Ali, os relógios são a vedete. Os chineses são fãs de Longines e Tag Heuer, entre outras marcas. Relógios raros das décadas de 60 e 70 podem ser encontrados ali.
A maioria dessas grifes tem salas VIPs para seus melhores clientes. A DFS não faz muita propaganda, mas ela oferece serviços especiais para cerca de 200 mil consumidores que gastam mais de US$ 5.000 a cada dois anos. Os agrados vão de "personal shopper assistance" a sessão de maquiagem com o diretor criativo da Guerlain. Cortesias mais sofisticadas são oferecidas só aos que compram mais de US$ 75 mil nesse mesmo período (cerca de 2.500 pessoas, incluindo alguns brasileiros).
O complexo onde fica a DFS divide com o empreendimento do grupo Wynn (que também atua em Las Vegas) o título de melhor local para compras de Macau. Nos dois, porém, os preços são um pouco mais altos que em Hong Kong.

BOA VIAGEM !!!
(FONTE: Folha on line)