Berlim, a sinfonia que você faz!
Descolada, a capital da Alemanha é o centro cultural mais democrático do continente europeu.
“Berlim: Sinfonia de uma Grande Cidade” é um filme em estilo semidocumentário de 1927. O diretor é Walter Ruttmann, e sem roteiro ou história, ele reconstrói um dia da vida da cidade. Berlim e as facetas na década de 20, em um exercício de observação.
Para quem retorna para a capital alemã, já existe o privilégio de observar mais, e correr menos. Deixar a cidade ser e acontecer naturalmente. Se ainda não esteve em Berlim, siga um pouco os guias já homogeneizados tipo “Top 10 – coisas a fazer em Berlim”, mas permita a você mesmo fazer seu guia. Andar sem rumo é sempre uma boa pedida.
Uma das áreas para explorar desta maneira fica no “coração” de Berlim. O bairro Friedrichshain – que fazia parte de Berlim Oriental – é onde a produtora de eventos da indústria da música, a alemã Daniela Teuber, 30, mora há pouco mais de cinco anos. O Friedrichshain é popular entre estudantes, artistas – inclusive famílias – e jovens estilistas. É o lugar para comprar moda alternativa e mercadorias diferenciadas. “É uma área legal para viver. Vários cafés, bares, casas de show, feiras nos finais de semana. Muito jovem e internacional, e dá para achar os velhos berlinenses também, sem ser muito hipster”, diz Daniela. A rua Simon-Dach-Straße é um bom exemplo. Repleta de bares e restaurantes para todos os gostos. No número 39 fica a dica da alemã: o Café/Bar Dachkammer.
Não muito distante, a Casa de Cultura Astra, Revaler Straße 99, é o que a australiana Dhari Vij, 26 anos, recém-chegada a Berlim, recomenda. “Lá, há mercado de pulgas nos sábados, um ‘Bier Garten’ enorme, pista de skate. E de noite, ótimas bandas tocam”. Sobre a cidade, ela completa. “No pouco tempo aqui, o que mais me impressionou foi a diversidade da cidade. Não só com pessoas, mas com lojas, restaurantes, música e eventos.”
A atual Berlim é bem diferente daquela de 1927. Testemunhou a ascensão do nazismo, foi destruída, dividida, machucada, reunificada. Berlim é hoje uma metrópole vibrante, com muito mais facetas do que aquela retratada por Walter Ruttmann. Com espontaneidade, ela deve ser explorada. Daniela e Dhari representam diferentes sinfonias na capital alemã. Na próxima visita a Berlim, faça a sua.
Uma mocinha de 765 anos de história: Berlim
Texto: Gabriel Azevedo
Fundada no século 13, a capital da Alemanha pode não ter o charme de Paris, Roma, Praga ou Madrid. Por outro lado, nenhuma outra capital europeia experimentou tantas transformações sociais, culturais e urbanísticas em espaços de tempo tão curtos. Capital do Reino da Prússia, do Império Alemão, da República de Weimar e do Terceiro Reich, Berlim foi destruída, dividida, unificada, e hoje segue inabalável perante a crise que atinge a Zona do Euro. E vale, sempre, uma visita.
E a visita pode começar pelo lado oriental da cidade: a antiga (e comunista) República Democrática da Alemanha. Potsdamer Platz, que um dia foi separada pelo muro, é o símbolo de uma Berlim pulsante, com prédios novos de arquitetura arrojada, mas lá também estão os restos do muro de 162 km (preservados em sua posição original) e algumas construções antigas.
Ali pertinho (dá para ir a pé, são 2 km de caminhada) entre Potsdamer Platz e o Portão de Brandemburgo, está o Monumento ao Holocausto. Criado pelo artista americano Peter Eisenmann, a obra tem 2,7 mil blocos de concreto empilhados em memória dos judeus assassinados durante o Holocausto nazista. Vale algumas fotos e uma paradinha para refletir. O Portão de Brandemburgo dispensa comentários. O arco é o principal cartão-postal da Alemanha. Erguido em 1791 para celebrar as vitórias bélicas prussianas, o Portão se tornou o principal símbolo da unificação.
Berlim tem mais de 180 museus, e alguns deles valem, obrigatoriamente, uma visita. É o caso da Ilha dos Museus, que ganhou o título de patrimônio mundial da humanidade da Unesco. São cinco museus num mesmo lugar. Destaque para o Neus, que tem como atração principal o busto da rainha egípcia Nefertiti. O Reichstag, sede do parlamento alemão, também tem que ser visitado. Construído no estilo neorrenascentista, ele foi totalmente destruído na Segunda Guerra, e foi reerguido. Antes de deixar Berlim, não deixe de vê-la por cima, na Panorama Punkt. São 250 metros de altura e 360 graus de visão espetacular.
Essencial (O que você precisa saber para planejar sua viagem)
Como chegar
O Brasil não tem voos diretos para Berlim. No entanto, diferentes empresas voam diariamente para Munique e Frankfurt, na Alemanha. A passagem de ida e volta entre São Paulo e Berlim, com escala em Frankfurt, sai por U$ 1.759, na Lufthansa, e U$ 1.976, na TAM.
Hospedagem
Tem para todos os gostos e bolsos. Entre as opções mais caras, estão os famosos Casa Camper Berlin, na Weinmeister Strasse (diárias a partir de R$ 500); e Das Stue, Drakestrasse (diárias a partir e R$ 750). Para quem não quiser comprometer o orçamento com hospedagem, os melhores em termos de custo-benefício, que foram eleitos pelo site Tripadvisor, são o Kettler Pension, na Bleibtreustr; e The Circus Hotel, na Rosenthaler Strasse, ambos com diárias a partir de R$ 110.
Alimentação
Dhari Vij recomenda o acessível Mio, Samariterstraße 36, (por €8, come-se bem) e as deliciosas especialidades preparadas na hora da culinária grega, italiana, francesa, africana e turca. Os hambúrgueres caseiros do Frittiersalon, Boxhagener Straße 104 são o conselho da produtora de eventos da indústria da música, a alemã Daniela Teuber. Também não deixe de experimentar o currywurst – salsicha temperada com ketchup, molho inglês e curry em pó, servida com batata frita – vendida em diferentes barracas espalhadas pela cidade.
Comércio
Para comprar roupas, Daniela Teuber aconselha a Wühlischstraße. Local para os trendsetters de Friedrichshain. Para velharias, a região de Kreuzberg é uma ótima pedida. Na rua Bergmannstrasse é possível encontrar roupas da antiga Alemanha Oriental, inclusive de militares, além de livros, discos e objetos descoladíssimos. Quem procura estilistas famosos e peças caras de design, o shopping Europa Center e as lojas da rua Ku’damm dão conta do recado.
Transporte
De longe, o melhor da Europa. Estão disponíveis na cidade ônibus, trens urbanos (S-Bahn), metrô (U-Bahn) e bondes (Tram). Todos utilizam o mesmo tíquete básico do sistema BVG (www.bvg.de), válidos por 2 horas. Os preços variam conforme as zonas por onde passará o viajante: A (parte central da cidade), B (entre o anel ferroviário e os subúrbios da cidade) e C (aproximadamente 15 minutos fora do Centro, incluindo a cidade de Potsdam). Também é possível alugar uma bicicleta (€15 euros), a cidade inteira tem ciclovias.
Baladas
As mais democráticas da Europa. Música Eletrônica, Punk, Jazz, Rock, tem para todos os gostos o tempo inteiro. No Kreuzberg, o Lido, Cuvrystraße 7, agrada aos fãs de Rock, Indie, Eletro Pop. O clube tornou-se popular desde a abertura em 2006. Durante a década de 80, ensaios teatrais aconteciam no espaço.
Dicas:
Panorama Punkt
- Potsdamer Platz 1 - Entrada: 8 euros - Aberto todos os dias das 10h às 18h. - www.panoramapunkt.de
Museu Neues
- Museumsinsel, Mitte - Entrada: 14 euros. - Aberto todos os dias das 10h às 18h. - www.neues-museum.de
- Potsdamer Platz, Portão de Brandemburgo, o Monumento ao Holocausto e o Reichstag têm visitação gratuita.
Berlim tem 5 milhões de habitantes, 180 museus, 500 igrejas e quase 6 mil bares e baladas que animam 8 milhões de turistas por ano.
http://www.youtube.com/watch?v=l1maDHoAEV0 Concerto de Brandenburg n 3 (Bach) 1ºmovto.
BOA VIAGEM !!!
(FONTE: Gazeta do Povo on line)