O retrato da Rússia nos livros de História não faz jus ao país que começa a se preparar para receber cada vez mais turistas, de olho na Copa do Mundo de 2018
Um país muito distante, onde o frio impera e onde, de vez em quando, alguns meteoros caem. Ainda que não sejam falsas, as impressões sobre a Rússia não resumem, nem de longe, o que o país tem a oferecer aos turistas. Basta pisar em Moscou para deixar de lado alguns ‘pré-conceitos’ e se perguntar por que os brasileiros não descobriram essa nação gigante, que divide seu território entre a Europa e a Ásia, como destino turístico.
Moscou tem uma população maior do que o estado do Paraná inteiro: quase 12 milhões de habitantes. E o cenário local está longe daquele retrato russo exposto nos livros de História em escolas brasileiras, baseado nos acontecimentos da Guerra Fria (1945-1989). A Rússia mudou, e Moscou também. Homens e mulheres bem vestidos circulam pelas ruas e avenidas em carros do ano, e a cidade tem monumentos suntuosos. O mais marxista dos visitantes fica espantado depois de uma rápida observação nas opções de fast food: McDonalds, Burguer King, Subway, Wendy’s e KFC estão presentes e seduzem consumidores, em pleno exercício capitalista.
Teatro Bolshoi vale a visita com ou sem espetáculo
O Teatro Bolshoi atrai apreciadores de teatro, balé, ópera e arquitetos fascinados pelo estilo neoclássico. Para assistir a um espetáculo ali, é preciso comprar o ingresso antecipado pela internet – os preços variam de acordo com a atração.
Mesmo sem ingressos para a apresentação em cartaz, a visita ao Bolshoi é uma oportunidade para apreciar uma decoração extremamente luxuosa, muito comum em Moscou. São lustres, cabines, cortinas, anteparos e ambientes com detalhes surpreendentes.
Metrô
As estações de metrô também são pontos turísticos. Ricamente decoradas, fazem com que o usuário se sinta dentro de um palácio czarista. É até possível imaginar a Anna Karenina de León Tolstói (1828-1910) utilizando o transporte público, sem que isso fira a sua estirpe aristocrata. Cada passagem custa 30 rublos (R$ 2, base agosto 2013).
Quem supera a antipatia dos atendentes – cordialidade não é o forte dos russos – consegue comprar bilhetes combo, para uso do transporte por muitos dias, por menor preço.
Manual de uso
Dinheiro, idioma, comportamento e cultura: a Rússia não é outro planeta, mas tem peculiaridades que podem complicar a vida do turista.
Valores
A moeda local é o rublo. O comércio não aceita dólar, libras, euros ou outra moeda internacional. A conversão atual está em R$ 1 por 15 rublos (base agosto 2013). Os russos trabalham apenas com valores redondos, sem centavos. As moedas têm os mesmos valores de algumas cédulas e, por isso, não devem ser desprezadas. Em geral, Moscou é barata, mas o preço de alguns produtos pode assustar: em uma pizzaria, um suco de laranja fresco pode custar mais do que a própria pizza.
Transporte
O metrô é barato e seguro. A operação é interrompida entre 0h30 e 4h30. Turistas andando sozinho pelas ruas, principalmente à noite, podem ser abordados por motoristas para oferecer carona, com pagamento a combinar. Nenhum é taxista. Sem domínio do russo, melhor não dar atenção.
Conforto
Muitos pontos turísticos são distantes uns dos outros, mesmo com o metrô à disposição. As caminhadas serão inevitáveis. A melhor saída é usar tênis confortáveis, mochilas com pouco peso, levar sempre garrafinhas com água fresca e protetor solar: no verão, as temperaturas pode chegar a 35ºC.
Diplomacia
Um acordo entre o Brasil e a Rússia dispensa a exigência de visto de entrada para turistas, desde que a permanência não ultrapasse 90 dias.
Clima e Números
A maior parte do país fica na zona do clima moderado. O verão (junho/agosto) na maior parte da Rússia é quente, agradável e de muito sol.
26 milhões de turistas visitaram a Rússia em 2012, de acordo com dados do Euromonitor International, consultoria empresarial internacional, especializada em análise de mercado e estratégias.
US$ 15,3 bilhões é a previsão dos gastos dos turistas que vão visitar a Rússia em 2016, em um dos crescimentos mais rápidos na Europa, caso sejam implantadas obras de infraestrutura no país, de acordo com relatórios da Euromonitor International.
Apesar de o liberalismo econômico ter aberto as portas da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) nos anos 1980 e 1990, há ainda uma pitada de orgulho que lembra os tempos de disputa acirrada com os Estados Unidos pela hegemonia mundial. Poucos são os russos que falam inglês – e, deste seleto grupo, a maioria é jovem, nascida justamente após o processo de reabertura do país.
Essa realidade, porém, deve mudar em poucos anos, para alegria dos viajantes. O país, hoje (2013) governado por Vladimir Putin, será o anfitrião da Copa do Mundo em 2018, uma das apostas do governo local para incrementar o mercado de turismo.
Música e comida típica divertem russos e turistas
A vida social de Moscou é repleta de opções para comer e para se divertir. Além da rede abastada de fast food, há restaurantes por todos os cantos, além de bares e boates para os mais variados públicos. Ambientes esfumaçados fazem parte do roteiro: o cigarro é permitido em todos os lugares.
Boa parte da culinária internacional está presente em Moscou, com oferta de cozinha italiana, árabe e japonesa. Os russos ainda não descobriram os atrativos da cozinha brasileira. Portanto, o viajante precisa se aventurar também pela gastronomia. A começar pelo menu: os cardápios não foram pensados para quem não fala russo.
Os pratos típicos russos vão desde sopas com condimentos locais até os blinchikis, crepes recheados com frutas e cremes, que valem a garfada. Com 600 rublos (R$ 40), é possível comer bem.
Balada
Os bares e as boates são animados. Neles, o turista verá gente bonita e, geralmente, bem vestida, às vezes um tanto quanto fashionista, o que mostra que os russos estão antenados ao mundo da moda. Homens usam bolsas com design feminino e é comum se preocuparem com grifes famosas. É normal vê-los com modelos da Louis Vitton, Prada ou Giorgio Armani. O visual despojado chega aos pés: chinelos de borracha são comuns nas festas.
A média da entrada nas boates é de 500 rublos (R$ 35). Algumas oferecem um drinque de cortesia. Vai ser inevitável experimentar a vodka russa, pura ou misturada com suco, refrigerante ou energético. Notas de baixo valor e moedas nos bolsos vão agilizar o atendimento no bar, que exige o pagamento a cada bebida.
Os russos gostam da música local e isso vai muito além da dupla feminina de voz estridente t.A.T.u., que fez sucesso no início dos anos 2000. O repertório atualizado vai ser tocado até metade da noite, com grande aceitação do público e coro garantido. No restante, será exibido aquilo que está nas listas da Billboard, como Lady Gaga, Madonna, Rihanna e afins. Mas a playlist internacional ainda não contempla a música brasileira. Nem mesmo Michel Teló e o seu Ai, Se Eu Te Pego chegaram por lá.
Praça Vermelha é o ponto de partida da aventura
Os pontos turísticos de Moscou são tão monumentais quanto os de grande destaque em destinos populares do mundo ocidental: a Torre Eiffel, em Paris; o Portão de Bradenburgo, em Berlim; ou o Palácio de Schönbrunn, em Viena. A Praça Vermelha reúne o onipotente Kremlin, sede do governo russo, entre outras várias atrações turísticas, além da Catedral de São Basílio, aquela que, de tão colorida, parece feita de marshmallow.
O Kremlin (em russo, fortaleza) abriga o governo presidencial russo, mas tem mais de 20 torres, entre igrejas, palácios e museus. O viajante pode escolher o que vai visitar e pagar por cada roteiro, separadamente. As Catedrais do Kremlin custam 350 rublos (em torno de R$ 25) por pessoa. Se forem incluídos os museus, o valor passa de 600 rublos (R$ 40). Valores com base em 2013.
As Catedrais do Kremlin têm cúpulas douradas ou de prata, onde estão corpos de czares e de outras autoridades russas; obras de arte sacras – normalmente pinturas em tela ou nas próprias paredes – e objetos de valor. Mapas de visitação, distribuídos gratuitamente na entrada de cada recinto, ajudam a orientar a visita.
Na Catedral do Arcanjo está a tumba do primeiro czar russo, Ivan IV, o Terrível, que assumiu o poder em 1547. Ele ficou conhecido por realizar reformas administrativas, jurídicas e militares. Governou a Rússia com mão de ferro, a ponto de matar o próprio filho, Ivan Ivanovich, depois de agredir a nora, que estava grávida e perdeu a criança.
A Catedral de São Basílio (foto) atrai gente do mundo inteiro para admirar seus contrastes. Colorida por fora, é sóbria na parte interna, com paredes repletas de imagens sacras, adornos em ouro e escadas estreitas de madeira. Do andar mais alto, a vista de Moscou é ampla: é possível ver parte da Praça Vermelha e, ao fundo, os prédios na linha do horizonte.
Ainda na Praça Vermelha, a exposição do corpo embalsamado de Vladimir Ilitch Lênin (1870-1924), um dos idealizadores da Revolução Russa no início do século 20, é um dos principais atrativos locais. Após revistas e detectores de metais, os visitantes entram no mausoléu, que impressiona pelas portas reforçadas. Em fila indiana, passam pelo caixão de vidro, fortemente vigiado. Ninguém pode parar para contemplar o pensador. Fotografias são terminantemente proibidas. Um postal do local pode servir de consolo.
Pacotes
Normalmente, os pacotes turísticos que contemplam Moscou incluem outras cidades do Leste Europeu no roteiro. A Poltrona 1 por meio de seus agentes franqueados oferece programas pre-montados, chamados CIRCUITOS, que podem incluir: apenas Moscou; Moscou e São Petesburgo; Moscou e outras cidades russas; Moscou e conjugação com outras cidades européias. O passageiro turista também pode solicitar a montagem de roteiro personalizado a seu gosto.
DICA: Se existem destinos mundiais em que a supervisão, apoio e orientação de um agente de viagem é fundamentalmente importante, um destes destinos, certamente, é MOSCOU. A Poltrona 1 Turismo & P1 Operadora atendem por meio de agentes pessoais de viagem franqueados das marcas Poltrona 1 & P1 Turismo. Consulte: inter-p1@poltrona1.com.br .